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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Como medir o amor? 0



amor, Amor e AMOR
Como medir o amor? Ele não tem medida. Não pode ser pesado, mensurado, contado, não vem aos metros. E se tivesse, qual seria? o "a" (amor)? teriamos o ka (kiloamor), poderiamos ter o ma (miliamor). Mas que instrumentos poderiam ser usados para medir, para dar sentido àquelas frases do tipo "eu amo você mais do que você me ama"? Amor poderia ser comparado? Comprado? Vendido? E vejam só as possibilidades:

Poderiamos comprar amor pela internet. Nos sites de relacionamento, você escolhe o parceiro, vê um índice indicando a quantidade de amor disponivel naquela pessoa, clicar no botão "colocar no cesto" esperar a confirmação do "sim". a partir dai você teria todos os dias o seu email inundado (ou não, depende da quantidade de amor comprado) de mensagens de amor, toques no celular, passar a madrugada trocando palavras de amor pelo MSN, presentes chegando pelo correio, entregues na sua casa, trabalho ou faculdade.

Nos fins de semana você combina com o seu "amor" de passear no centro, dando a possibilidade de você exibir a todo mundo sua nova aquisição, da mesma forma como nós gostamos de exibir uma roupa nova, ou ainda um carro novo. Mas teríamos que cuidar do prazo de validade do "produto", afinal, as "coisas" hoje em dia não duram para sempre...

É claro que a história acima é irreal, mas com ela quero demonstrar o quanto do sentido da palavra amor está deturpado. Hoje em dia "todos amam tudo", muito rapidamente. E de repente, como num passe de mágica, "o amor acabou". Confundir paixão, tesão, atração física com amor é "normal". O verdadeiro sentido desta palavra parece que foi esquecido em algum lugar, entre o egoísmo e o modismo.

O pior reflexo que isto pode causar é o descrédito. Perde o amor a sua beleza. Gera medo de entregar-se novamente e sofrer mais. Desconfiança. Desmotivação. E, é claro, tristeza. Mas a culpa é de quem?
Até os livros, as músicas, os filmes... está difícil achar os bons. Falta de romantismo, respeito, compreensão, comprometimento. O ritmo de nossas vidas tem sido tão alucinante que não temos tempo pra nada, tudo é rápido, tudo é descartável: objetos, idéias, pessoas. Incluindo-se família, amigos e cônjuges.

Mas eu digo: há ainda o verdadeiro amor. Fontes inesgotáveis dele. E como é bom amar! Quando a gente ama, perde todo o medo. Confiamos no outro mais do que em si mesmo. Acaba-se o orgulho. Todas as defesas caem. Estamos vulneráveis em relação ao outro, mas ao mesmo tempo fortes por estarmos juntos.
Podemos agradar as pessoas de várias maneiras, motivados por um sem-número de motivos. Mas agradamos a pessoa amada pela satisfação de vê-la contente, sem esperar nada. E não medimos esforços. No amor verdadeiro não há troca, há a doação. Nos doamos inteiramente à outra pessoa.

Não há o "eu" e o "você". Há o "nós". Não quero dizer com isso que perdemos a nossa individualidade, a nossa liberdade, mas que somos parte de uma só pessoa. Conseguimos enfatizar o que de melhor a outra tem, detalhes e comportamentos que por vezes ninguém conheceu antes. E mesmo não concordando em algumas ou muitas coisas (o que, convenhamos, seria uma chatice) existe o respeito, não deixando espaço para conflitos. Com amor você vê coisas que nunca tinha visto antes. Tudo é mais belo e mais vivo. Tudo tem importância, cada coisa, cada pessoa, cada ação.

Enfim, amor desta forma existe porque tem um perfume diferente que o envolve, mantém, sustenta, incentiva, desenvolve, alegra, protege. São sinais do amor que Deus que, quando "respinga" em nós faz maravilhas, pode muito mais na sua totalidade. E esse amor divino está além da compreensão de qualquer um de nós! Mas está por aí, em todas as partes! Quer ser amado? Ótima notícia: você já o é! Basta aceitar ser amado, mesmo sem merecer. Respondendo a uma questão lá em cima, a culpa em deixar o sentido do amor ser deturpado é em grande parte nossa.

Liberte-se das amarras! Mas deve-se ter cuidado: AMOR não é só emoção, mas também razão! Doar-se não significa perder o amor-próprio, nem significa transformar-se em um objeto nas mãos do outro. Alguém disse que nos transformamos naquilo que a pessoa que mais te ama pensa que você é. O amor sempre nos muda. Sempre pra melhor.

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